Objetividade profissional e eficiência funcional – Por Heitor Borba

 

Não há coisa pior que trabalhar com profissionais não objetivos. Perda de tempo, entraves nas ações e estresse resultam dessa danosa relação trabalhista.

Quem nunca encontrou esse tipo de gente em sua vida laboral? Reunião com esse povo? Nem pensar. Alguns são tão fora de foco que não conseguem responder objetivamente uma simples pergunta: “– Você teve retorno sobre o e-mail enviado para fulano?” ou traduzindo: “-Fulano já respondeu ao e-mail que você enviou para ele?”. Resposta: “-Não está na caixa, acho que pode tá na lixeira…, no spam…, vou ficar verificando…”. Por que essas pessoas não conseguem responder simplesmente “sim” ou “não”? Preguiça de fazer um serviço completo, de qualidade? Será que Freud explica? Não, não explica. Aliás, Freud não explicou quase nada. Num tempo em que o método científico era pouco conhecido (e que ele mesmo não utilizava), tudo podia ser explicado (SQN). Trazendo à luz da ciência é que são elas. Freud não passaria pelo crivo científico.

Antes da dissertação desse assunto vamos relembrar alguns conceitos:

Objetividade:[1]

Característica da pessoa direta, de quem não usa subterfúgios;

Condição da pessoa que age rapidamente e não perde tempo com especulações;

Característica do que representa ou pretende representar fielmente um objeto;

Estado ou qualidade do que é objetivo.

Eficiência:[2]

Capacidade de realizar tarefas ou trabalhos de modo eficaz e com o mínimo de desperdício; Produtividade;

Tendência ou aptidão para ser efetivo;

Capacidade de realizar ou desenvolver alguma coisa demonstrando eficácia;

Efetividade;

Particularidade demonstrada por pessoas que conseguem produzir um ótimo rendimento, quando realizam alguma coisa;

Característica do que é eficaz.

(Eficiência são os meios).

Eficácia:[3] 

Qualidade daquilo que alcança os resultados planejados;

Característica do que produz os efeitos esperados, do que é eficaz;

Capacidade de desenvolver tarefas ou objetivos de modo competente;

Produtividade.

(Eficácia são os fins).

Então, objetividade profissional é a característica do funcionário que assume as responsabilidades da sua função com rapidez e sem desperdícios do tempo ou dos recursos aplicados, a fim de atingir determinado resultado na produção de bens ou serviços.

Percebemos que a eficiência funcional depende diretamente da objetividade profissional. Buscar a eficiência no intuito de se atingir a eficácia funcional utilizando um trabalhador que não possua objetividade não funciona. Você pode pensar: Um trabalhador eficiência é um trabalhador objetivo. Sim, é. Mas enquanto que os procedimentos da qualidade objetivando a eficiência funcional possam ser elaborados, implantados e fiscalizados num tempo relativamente curto, o mesmo não ocorre com a objetividade funcional.

As pessoas, enquanto profissionais, podem desempenhar comportamentos objetivos ou subjetivos, que dependem de vários fatores como a personalidade formada ao longo dos anos, além do conhecimento nas áreas de atuação. O contato dos profissionais que não são objetivos com trabalhos ou assuntos eminentemente objetivos, bem como, com as experiências funcionais concretas, podem enriquecer seu conteúdo subjetivo, mas nem sempre culminam numa prática concreta (pragmatismo).[4] Nem todo profissional consegue objetivar a subjetividade ou tornar real/concreto algo anteriormente válido apenas para uma pessoa.[5] Como exemplo, podemos citar o empresário que acredita na motivação dos trabalhadores como ferramenta para aumentar a sua produção. Apesar de ser um pensamento subjetivo, torna-se algo objetivo quando consegue motivar os funcionários e provar isso na prática.

A ciência empregada no desempenho das diversas funções empresariais se dedica à análise objetiva do real e é o pressuposto para o pensamento e o comportamento críticos. Para isso, faz uso dos dogmas da objetividade, da estrutura matemática do objeto e do dogma da verificabilidade.[6] Não falei? Freud não passaria.

Esses comportamentos são conhecidos como “tipos psicológicos”.[7] Profissionais que pensam são objetivos, mas os que não estão acostumados a pensar precisam fazer um certo esforço para serem objetivos. Outros não conseguem ser objetivos e diretos, por mais que tentem. Profissionais habituados a confiar no pensamento são lógicos, analíticos, dotados da capacidade de elaborar críticas objetivas e racionais. Esses profissionais se deixam influenciar somente por argumentos que sejam racionais e solidamente fundamentados por provas.[8] Profissionais objetivos são profissionais eficientes. Objetividade profissional é igual à eficiência funcional. E você é um profissional objetivo?

Webgrafia:

[1] Objetividade

http://www.dicio.com.br/objetividade/

[2] Eficiência

http://www.dicio.com.br/eficiencia/

[3] Eficácia

http://www.dicio.com.br/eficacia/

[4] O pensamento objetivo

http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=178

[5] Objetivar a subjetividade

http://psicologianoboteco.blogspot.com.br/2011/03/subjetividade-x-objetividade.html

[6] Dogmas da ciência

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-31731974000100006&lng=pt&nrm=iso

[7] Tipos psicológicos

http://www.erudito.fea.usp.br/PortalFEA/repositorio/201/documentos/RH1_T2/DescricaoTiposHTML.htm

http://www.blogdoheleno.com/2015/04/ser-multitarefa-pode-fazer-mal-ao-seu.html

[8] prova e evidencia

https://heitorborbasolucoes.com.br/prova-e-evidencia/

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