Aspectos do conhecimento humano – Por Heitor Borba
O conhecimento humano pode ser visto de diversos aspectos. Neste artigo vamos conhecer as modalidades mais importantes.[1]
Aspecto psicológico
Considera o conhecimento como uma “vivência” do sujeito. Nesse aspecto, o conhecimento é percebido e estudado como uma das respostas do ser humano aos estímulos provenientes do meio em que o mesmo vive. No aspecto psicológico são analisadas as condições de aprendizagem ou o processo em que o mesmo é constituído e sedimentado até alcançar formas estáveis de conduta. Nas formas estáveis de conduta há a integração e organização dos dados provenientes das percepções do indivíduo.
Aspecto lógico
Conhecimento concebido enquanto expresso em enunciados e proposições. Os enunciados são estudados em relação as condições em que o conhecimento deve cumprir para ser considerado correto ou válido. Desse modo, não há interesse pelo conteúdo dos enunciados, mas apenas da abstração do problema em função da adequação entre o conhecimento e os objetos reais, atentando apenas para a articulação formal dos enunciados.
Aspecto gnosiológico
Leva em conta o conhecimento em si mesmo, como ato no qual um objeto se faz presente a um sujeito ou uma consciência. Assim, o conhecimento é visto como uma relação entre sujeito e objeto. Procura desvendar o conhecimento em relação ao que é contribuição do objeto e ao que é contribuição do sujeito. Também estuda a relação entre o objeto e o sujeito enquanto conhecidos.
Aspecto metafísico
Verifica se o objeto se esgota no plano subjetivo ou se esse mesmo plano do sujeito ganha sentido apenas dentro de um plano mais vasto que é o plano do ser (considerando objeto conhecido por uma consciência ou sujeito, claro). Busca verificar se para além dos nossos conteúdos de consciência não existe algo de real correspondente aos nossos pensamentos (e que em última instância seja o seu suporte e fundamento).
Aspecto sociológico
É o conhecimento condicionado por fatores históricos, de modo a investigar a influência do impacto das transformações econômicas e sociais na evolução das categorias do pensamento e no surgimento das doutrinas e da ciência.
Aspecto epistemológico ou Filosofia da ciência
É o conhecimento propriamente científico. Ocupa-se de averiguar as condições (métodos, critérios e pressupostos) que validam qualquer tipo de conhecimento que seja apresentado como científico. Se o conhecimento é científico deve seguir os métodos, critérios e pressupostos científicos para que os resultados possuam validade ou credibilidade no meio acadêmico.
Aqui há necessidade de uma reflexão: um conhecimento que não possa ser demonstrado como científico não possui credibilidade. E para demonstrar devem ser trilhados os caminhos da ciência. O Conhecimento científico é um conhecimento rigoroso, sistematizado e demonstrado metodicamente. Não se refuta teoria científica com vídeos de You Tube ou coisa que o valha. You Tube pode servir para divulgação científica, mas são raros os vídeos dessa mídia que realmente divulgam algo de científico. A refutação ocorre com muito estudo, pesquisa e experimentos comprobatórios que deverão seguir todos os processos científicos até se chegar aos resultados. Após isso, o trabalho deve ser descrito de acordo com os procedimentos para elaboração de publicações científicas e ser submetido ao terror da revisão de pares. Caso seja aprovado, o trabalho será publicado num indexador para que todos os especialistas do mundo possam seguir os mesmos procedimentos, nas mesmas condições, e chegar aos mesmos resultados. A partir daí, todas as publicações contrárias serão revisadas ou retiradas do indexador. Também serão modificados todos os livros do mundo relativos ao assunto. Portanto, não se pode publicar um vídeo no You Tube, por exemplo, “refutando” a Teoria da Evolução (TE). Somente um analfabeto científico faria isso e outro acreditaria e repassaria. A TE está provada na natureza e em nível laboratorial. Vacinas e antibióticos, por exemplo, são elaborados com base na TE. Se você não acredita na TE não tome esses medicamentos. Teoria científica não é a mesma coisa que teoria no sentido popular ou filosófico, nenhuma nunca disse que o homem veio do macaco, nunca disse que big bang é explosão e não tem nada a ver com nenhum dos mais de vinte e seis mil deuses adorados no mundo atual.
Existem outros aspectos do conhecimento humano. Apenas alguns foram citados nesta publicação. Este artigo objetiva iniciar a discussão sobre a importância do conhecimento científico no entendimento dos fenômenos e suas relações. Porque comprovadamente analfabetos científicos[2] são tão perigosos quanto analfabetos funcionais.[3] Principalmente quando possuem pessoas sob sua responsabilidade.
Webgrafia:
[1] Modalidades do conhecimento humano
https://www.sct.embrapa.br/publicacoes/FernandoLeite_CI.pdf
http://www.ufrgs.br/cursopgdr/downloadsSerie/derad005.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40601993000100008
http://www.infoescola.com/filosofia/tipos-de-conhecimento/
http://mpcadm.blogspot.com.br/2012_08_01_archive.html
[2] Analfabetos científicos
Analfabetismo científico: Um problema não somente corporativo
[3] Analfabetos funcionais
Analfabetismo funcional: Um problema corporativo
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