Analfabetismo funcional: Um problema corporativo – Por Heitor Borba
O analfabetismo funcional no Brasil é um problema tão grave que motivou pesquisa científica com direito a publicação de vários artigos em indexadores com revisão de pares.[1,2]
Mais um motivo para que os floquinhos de neve encham a minha caixa de e-mail (e o meu saco também) com bobagens como “Seja um incentivador de pessoas. O mundo já tem críticos demais”.[3] An-han! Tá. Reclamem com os pesquisadores. O mundo cor de rosa desse povo é realmente maravilhoso (coitados dos Gestores).
Os principais analfabetos existentes no mundo corporativo brasileiro são:
a) Analfabeto simples;
Pessoa que não sabe ler e nem escrever.
b) Analfabeto científico;
Pessoa que apesar de saber ler e escrever não conhece o método científico ou que anula toda sua lógica e razão em função da sua crença pessoal. Esse analfabetismo acomete também profissionais que não pensam[4].
c) Analfabeto funcional.
Pessoa que apesar de saber ler e escrever possui deficiência na capacidade de utilizar a leitura e a escrita de forma pragmática. Como por exemplo, profissionais com deficiência de interpretação de textos[5] ou de aplicabilidade de ações escritas.
O analfabeto tecnológico não foi considerado neste artigo por ser um número pequeno entre os profissionais (mas existem ainda). A designação de “analfabetismo funcional” tem origem do termo “alfabetismo funcional”, utilizado pelo exército americano nos EUA, na década de 30. Este termo foi utilizado como indicativo da capacidade de entendimento das instruções escritas e necessárias à execução das atividades militares por parte dos soldados. Ou seja, é um termo utilizado para designar a capacidade de utilização da leitura e da escrita com objetivos pragmáticos. Foi nesse contexto que surgiu o termo antagônico “analfabetismo funcional”. Assim o nível de confiabilidade profissional de um soldado era medido também pelo seu grau de alfabetismo funcional:
Confiabilidade = K x Alfabetismo profissional
O analfabetismo funcional acomete também profissionais que adoram filminhos do You Tube e detestam ler.[6]. Mas temos que incentivar o coitadinho a gostar de ler (SQN). Sinceramente não sei como um profissional, principalmente dos níveis médio e superior, consegue sobreviver sem ter livros. O bom profissional pode ser identificado pela sua biblioteca particular. Uma visita à casa do tal profissional já diz muita coisa. Internet ajuda, mas não substitui livros e o profissional precisa saber onde buscar informações relacionadas e confiáveis nessa mídia.[7]
Atualmente a UNESCO[8] considera analfabeto funcional não apenas aqueles que possuem limitação de competências em seu nível mais simples (ler e escrever enunciados simples referidos à vida diária), mas também os graus e os tipos diversos de habilidades, conforme as necessidades impostas pelos contextos trabalhista, econômico, político ou sociocultural ao qual o indivíduo se insere.
Como pessoa, o analfabeto funcional apenas prejudica a si mesmo e a sua família, tomando decisões pessoais erradas ou pagando mico nas redes sociais por falar besteira. Mas no mundo corporativo a coisa é diferente. Um funcionário que não consegue entender o que lê não possui confiabilidade. As organizações de hoje possuem instruções, procedimento, programas, planos, formulário, normas, etc Ou seja, documentos que precisam ser lidos, compreendidos, interpretados, preenchidos e aplicados corretamente, além de decisões de cunho eminentemente técnico ou científico.
Enquanto isso alguns empresários confiam a seleção dos seus profissionais apenas a psicólogas, como essas,[9] que avaliam o potencial do futuro funcionário pela forma como o mesmo senta no colo do colega…Tsc! Tsc! Tsc!
Webgrafia:
[1] Artigos indexados sobre analfabetismo funcional
http://www.scielo.br/pdf/es/v18n60/v18n60a8.pdf
http://www.scielo.br/pdf/es/v23n81/13931.pdf
http://books.scielo.org/id/dydn3/pdf/amancio-9788575412671-07.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73301997000300009&lng=pt&nrm=iso
[2] Artigos indexados
Indexadores e Fontes Indexadas
[3] O mundo já tem críticos demais
[4] Profissionais que não pensam
Empresas estão cada vez mais preocupadas com a falta de profissionais que pensam
[5] Analfabeto funcional
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73301997000300009&lng=pt&nrm=iso
[6] profissionais de You Tube
https://heitorborbasolucoes.com.br/profissionais-de-you-tube/
[7] Informações confiáveis
Indexadores e Fontes Indexadas
[8] UNESCO
https://nacoesunidas.org/agencia/unesco/
[9] Seleção de profissionais por psicólogas
O constrangimento das dinâmicas de grupo constrangedoras
Fonte da imagem:
http://batedeiraindustrial.blogspot.com.br/2012/07/nosso-encino-univercitario.html
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